sábado, 1 de junho de 2013

ENTREVISTA


O QUE É UMA ENTREVISTA?

Entrevista é uma conversação entre duas ou mais pessoas (o entrevistador e o entrevistado) em que perguntas são feitas pelo entrevistador para obter informação do entrevistado. Os repórteres entrevistam as suas fontes para obter destas declarações que validem as informações apuradas ou que relatem situações vividas por personagens. Antes de ir para a rua, o repórter recebe uma pauta que contém informações que o ajudarão a construir a matéria. Além das informações, a pauta sugere o enfoque a ser trabalhado assim como as fontes a serem entrevistadas. Antes da entrevista o repórter costuma reunir o máximo de informações disponíveis sobre o assunto a ser abordado e sobre a pessoa que será entrevistada. Munido deste material, ele formula perguntas que levem o entrevistado a fornecer informações novas e relevantes. O repórter também deve ser perspicaz para perceber se o entrevistado mente ou manipula dados nas suas respostas, facto que costuma acontecer principalmente com as fontes oficiais do tema.

EXEMPLO:

NOME: João Gonçalves Mascarenhas
DATA DE NASCIMENTO: 25 de fevereiro de 1952

 QUAL O NOME DO SEU PAI E DA SUA MÃE?
Meu pai era o Torquato Gonçalves Ribeiro e a minha mãe a Faraildes Mascarenhas Pires.

O SENHOR NASCEU AQUI EM ARINOS?
Eu nasci na fazenda Ponte Alta, nessa época o papai era agregado na fazenda. Naquele tempo o agregado morava na fazenda e plantava lavoura.

COMO ERA SUA CASA?
A nossa casa era feita de adobe com telha comum. O chão da casa era todo de terra batida. Não tinha privada e usava o urinol durante a noite.

COMO QUE VOCÊS FAZIAM AS NECESSIDADES? LIMPAVAM?
Não tinha fossa às necessidades eram feitas no quintal. Limpava com folha ou sabugo.

E PARA TOMAR BANHO?
O banho era na vereda que tinha no fundo da casa. E as mulheres usavam a bacia.

DURANTE O DIA VOCÊS TRABALHAVAM, E DURANTE A NOITE?
Era costume o pessoal ficar conversando a noite na cozinha ou então na sala. Quando ficava na sala, acendia uma fogueirinha no meio da sala, para esquentar conversando

NAQUELA ÉPOCA TINHA MÉDICOS?
Não.

COMO QUE ERA FEITO QUANDO VOCÊS ADOECIA?
Quando uma pessoa ficava doente, e os remédios caseiros não melhoravam, era morte na certa morria a míngua. A vida era muito dura, só sobrevivia quem era muito forte.

E AS ROUPAS?
Era feita por nos mesmo. Para fazer a roupa, a gente colhia o algodão, descaroçava, fazia a linha no fuso ou na roda, tecia o pano no tecedor ou no tear.

NAQUELA ÉPOCA NÃO TINHA ENERGIA. COMO QUE VOCÊS FAZIAM?
A luz que tínhamos era a do sol durante o dia e a noite lamparina. O azeite da mamona para a lamparina era feito no pilão. A maioria era pisada no pilão e depois era fervida no tacho, da onde tirava o azeite.

E PARA CONSEGUI AS COISAS COMO ERAM FEITO?
Tinha o comercio do Crispim Santana. Ele tinha uma tropa com uns vintes burros e um boi com seis juntas para buscar mercadoria em São Romão, Januária, São Francisco ou Porto da Manga.

ELES TRAZIAM MUITAS COISAS PARA VENDER?
O que mais precisava. Era sal, querosene, café, rapadura, tecido, sabonete, botina, botão, agulha, munição para espingarda.

VOCÊS CAÇAVAM MUITO?
Vixi demais. A gente caçava e levava o couro para vender em Januária. Era couro de gado, caititu, veado, anta, lontra, ariranha, onça e gato do mato.

E OS CASAMENTOS?

A mulher era só aquela que a gente casava com ela ou alguma que o marido morria ou separava. Só sobrava mulher velha. (risadas)
O homem era verdadeiro, só valia a palavra dele

O QUE O SENHOR MAIS GOSTAVA NAQUELA ÉPOCA?
O bom daquela época eram as festas que a gente ia a cavalo ou no carro de boi.

QUE FESTAS ERAM ESSAS?
A festa dos Santos Reis que era celebrada em todas as fazendas; na ultima sexta-feira de Agosto, tinha a festa de morrinhos; a festa no Angical, no dia três de maio; na Serra das Araras, no dia treze de junho.
Nestas festas a gente rezava, bebia, dançava e namorava.

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